Aqui estão meus pensamentos completos sobre o novo livro de Dan Wang, "Breakneck: China's Quest to Engineer the Future", que está vendendo como pão quente. Deixe-me começar dizendo que, se você estiver interessado na transformação da China - especialmente no aspecto econômico - recomendo fortemente este livro. É soberbamente escrito por alguém com vasta experiência em primeira mão na China. Wang combina uma análise sólida da economia da China com suas próprias observações pessoais de viajar e morar lá. Combinado com o fato de que a prosa é tão cativante, o livro se torna realmente difícil de largar. É simplesmente super fascinante de ler. O principal argumento do livro é que a China é uma nação de engenheiros, para o bem e para o mal. O país constrói e alcança feitos notáveis em um ritmo alucinante, mas essa mentalidade de engenharia também vem com custos humanos e sociais. Wang destaca o lado positivo do estado de engenharia por meio de suas conquistas econômicas: megaprojetos de infraestrutura, domínio da manufatura e progresso tecnológico em uma escala e velocidade sem precedentes na história da humanidade. Ele também examina o lado mais sombrio: a abordagem autoritária e, às vezes, desumana da China às questões sociais, como a política do filho único e os bloqueios do COVID. Minha principal crítica ao livro é que às vezes ele parece uma crítica à China de uma perspectiva ocidental. Talvez isso seja injusto com Wang - afinal, ele cresceu no Canadá e nos EUA. Esta * é * a perspectiva dele. E para seu crédito, Wang faz um trabalho notável ao tentar entender a China através dessa lente. Ainda assim, para o meu gosto, o livro se inclina demais para comparar a China com os EUA - usando os EUA como parâmetro ou formulando questões sobre como os EUA devem responder para permanecerem competitivos. Eu gostaria de ver Wang explorar o sistema político e econômico da China mais profundamente, abordando questões como: Quais são as raízes da legitimidade do Estado e essa legitimidade é forte? Qual é a lógica por trás da falta de pluralismo, se houver? E talvez o mais importante, por que os países de baixa renda enfrentam realidades políticas e econômicas diferentes dos países de renda mais alta? Nas discussões atuais sobre a China, muitos analistas, especialmente no Ocidente, evitam particularmente esta última questão. Embora a China seja única, seu caminho de desenvolvimento compartilha semelhanças notáveis com os chamados "tigres" do Leste Asiático. Vimos trajetórias comparáveis na Coreia do Sul e em Cingapura, onde instituições democráticas e políticas sociais mais fortes seguiram a industrialização em vez de precedê-la. Como Alice Amsden, a estudiosa da industrialização da Coreia do Sul, observou: a rápida industrialização tende a criar as condições estruturais para a mudança social. Devemos, portanto, perguntar se comparar a China com os EUA ou a Europa é realmente a abordagem correta ao tentar entender sua trajetória de transformação. Dado o profundo conhecimento de Wang sobre a China, eu esperava uma análise mais detalhada do processo "confuso" de desenvolvimento e das restrições sob as quais a China opera, em vez de definir os países de alta renda como referência. Dito isso, Wang observa ao longo do livro que os EUA poderiam aprender com a mentalidade de engenharia da China. Então, a crítica vai para os dois lados. Talvez seja até um elogio à China que Wang ocasionalmente a avalie como se já fosse uma nação rica. É, claro, uma nação rica em muitos aspectos. Mas ainda está passando por um processo de rápida transformação socioeconômica, ao contrário da maioria dos países de alta renda hoje. Em suma, embora eu tenha essas observações críticas sobre o livro - que reconhecidamente refletem meus próprios interesses, perspectiva e treinamento, particularmente na economia política do desenvolvimento - "Breakneck" é um livro que eu recomendo para qualquer pessoa que busque entender melhor a transformação econômica da China.